O Bairro da Quinta do Cabrinha apresenta elementos que
evidenciam o antigo tecido industrial que caraterizou a zona de Alcântara, de
forma mais acentuada a partir do séc. XIX, a par de elementos construídos de
raiz há cerca de 18 anos, com o processo de demolição do Casal Ventoso e
realojamento dos seus habitantes.
Assim, o bairro carateriza-se por um conjunto de prédios, de
cerca de quatro andares, sendo ladeado de um lado e de outro de elementos
caraterizadores dessa mesma industrialização.
De um lado, seguindo a Rua da Fábrica da Pólvora para norte,
subsiste o Pátio 149 (que ainda não tive a oportunidade de conhecer mais de
perto e por isso fotografar), junto aos quais se situa os restos de uma fábrica
(não consegui ainda apurar se era de facto a fábrica da pólvora, sendo ainda
visível que a sua utilização última foi como de oficina de uma empresa de rent a car; está atualmente murada).
Voltando para sul e sempre seguindo a Rua da Fábrica da Pólvora,
percorremos as traseiras dos prédios mais modernos, surgindo de seguida um
conjunto de prédios, que terão sido construídos para os operários e que têm a
fisionomia habitual em Lisboa comum às vilas operárias construídas de forma
mais ordenada (segundo o que pesquisei, o nascimento do Pátio do Cabrinha
resultou das medidas tomadas nesse domínio pela Companhia de Fiação e Tecidos
Lisbonense, onde atualmente está instalado o Lx Factory).
Toda esta zona apresenta ainda muitas caraterísticas que a
tornam singular. Não obstante ainda ser visível as necessidades em termos de
reabilitação, evidenciada desde logo pela forte presença de associações
dedicadas a várias formas de reabilitação social, a um estranho ao bairro, como
eu, parece ali existir espírito de bairro, o que, como se sabe, é realidade
cada vez menos frequente.
Fiquei muito impressionada com o bairro e com muita vontade
de voltar, com calma e tempo, para conhecer e falar ou só mesmo para observar.
A ler:
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Cadernos/2serie/4/4_art8.pdf